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domingo

BRUXARIA TRADICIONAL

Boa noite Irmã/Irmão! Como foi o seu dia? Espero que tenha sido cheio de vibrações positivas. Bem, hoje o assunto é Bruxaria Tradicional.É o mito que justifica e nos faz entender a origem da Bruxaria Tradicional.Relaxe e leia toda a beleza contida na religião que une e nos leva aos braços da nossa Mãe Terra.


Se diz que a Bruxaria Antiga é uma religião; religião significa re-ligar-se, re-conectar-se com o sagrado, com aquilo que foi con-sagrado, sagrado junto, ao lado de… antes do tempo do não-tempo, quando todos fomos um só, um com tudo, um com o Todo, um com Akasha.


Nesse tempo, quando a Terra ainda não era a Terra, e tudo era seco e duro, as pegadas das mulheres já estavam nela.


Nesse tempo além do tempo, as mulheres caminhavam sobre paisagens desoladas, e em suas gretas, entre densas névoas criavam e recriavam a Vida.


Essas Mulheres possuíam asas, como se fossem compridas vestes, que cobriam seus corpos, protegendo-as; elas existiam antes mesmo do espírito, e mantiveram suas asas até que ele as encontrou.


Nesse momento suas preciosas e negras extensões aladas, tornaram-se cinzas e suaves, e perderam suas coroas, quando rolaram suas cabeças pela terra árida.


Mas antes de que isto acontecesse, a Ânfora da Vida, gerava somente seres femininos, em um eterno ciclo de repetição sem fim e sem esperanças, em um insano desejo de perpetuar a Si mesma.


Entretanto, houve um Eon, no qual a busca pela perfeição e a liberdade da prisão da eternidade, fez com que a Ânfora da Vida, introduzisse em Si mesma, uma causa oposta e complementária a Ela: o ser masculino, e com ele a morte, o conceito da separação e a evolução natural.


Naquele tempo, tudo era seco, duro, desolado e coberto de pontas; pontas que se tornaram os répteis; demônios iníquos, nascidos dos passos do esquecimento, daquilo que ficou pra trás, IN- famas, fora da fama, fora do reconhecimento; infâmias e falta de compreensão, que mais tarde formariam o mal total.


E as mulheres começaram a criar e recriar formas abstratas, nascidas de cada pensamento, de cada palavra emitida ou sonhada.


E criaram e recriaram a Criação, era a Vida gerando a Si mesma, expandindo-se sem restrição, sem barreiras e sem limites, era o Caos Primordial.


Seguiu-se então um tempo, em que o mundo esteve de cabeça para baixo, porque a Terra estava no Céu e o Céu estava na Terra, e uma das mulheres disse:


” – Isto é bom.”


E a outra respondeu:


” – Separemos as coisas.”


E assim se fez.


Em meio a uma grande tormenta, as águas serpentearam, e a Terra, o seco, o duro, comprimiu-se, e uma gigantesca onda, separou-se dela, formando um imenso vórtice, dando origem a uma onda estelar fluída que protegeu a Terra como um anel.


Nesse anel ficaram gravados os símbolos das eras que se sucederiam, para que nunca jamais, nenhuma mulher esquecesse o Eon no qual foram prisioneiras da eternidade.


E a terra, o seco, o duro e desolado, cobriu-se de Beleza e Poder, e a causa Primordial, a Mulher, uniu-se à causa oposta, o Homem, e o espírito se fez e habitou entre eles, criando a separação e a morte.


Agora não tinham asas, a busca da perfeição culminou em uma obra comparável mas inigualável; agora eram livres do horror da eternidade, do ciclo imutável da repetição; agora eram livres para evoluir… mas o espírito as fez esquecer o significado da onda fluída, e novamente com o passar dos Eons caíram em outra prisão pior: o eterno ciclo de morte e renascimento, e em suas memórias agonizam, sem lembrar como escapar, sem saber como renascer ou morrer, somente caminhando, caminhando, como Peregrinos do Altar, buscando na Terra o que ficou no Céu, pedindo ao Céu o que expulsaram da Terra.


E assim vão, sem compreender aonde, nem porquê, somente guiadas por uma sombra que surgiu da Luz, a sombra espectral do espírito que se fez nelas.


Mas ele não é nada, é somente um reflexo da obra perfeita e aprisionada, que um dia povoou uma Terra árida e desolada com a Beleza e o Poder da Sua criação.


Por isso: “Antes de Mim (o Espírito dos espíritos, Akasha) não existia nada, depois de ti (a mulher) nada havia, pois somos a única e real Verdade da Criação.”


Os Peregrinos do Altar ainda o buscam, caminham em um Mundo belo e poderoso, como si somente existisse caos e desolação; vão em pós do Altar onde se assenta a Ânfora da Vida, pois acreditam que ao encontrá-la, todas as perguntas serão respondidas.


Mas esqueceram o mais importante: perguntar, pois sem perguntas não há respostas; e também não lembram que a Ânfora derramou a Vida generosamente por todos os lugares, fazendo que desse jeito não exista a necessidade de buscas e peregrinos, somente faltam as perguntas, dirigidas a si mesmos, os si mesmos que se tornaram pequenas Ânforas que contém a Vida.


A falta dessa necessidade, da necessidade de perguntar, gera os desastres naturais, pois a Terra como ser planetário que é, e que foi criado, espera por suas criadoras, espera que se unam a Ela, e enquanto isso não acontece, continua no Caos Primordial, numa tentativa de voltar ao Eon, onde a separação não existia, um Eon, quando a onda fluída das constelações fazia parte Dela, um tempo em que o seco, o árido, o duro, gerava a Vida em meio as névoas da consciência de um Universo ainda adormecido.


Se depois disto você não se compadece pelo sofrimento terrestre, e não toma para si, o fardo da busca, calçando as sandálias dos peregrinos e começa a perguntar, você não merece chamar-se Mulher, nem ser a herdeira da Linhagem Sagrada das Sacerdotisas Escarlatas, as Sacerdotisas da Mãe Terra.


Em definitiva, é simples entender a importância que a Bruxaria Antiga representa nos dias de hoje, como um dos caminhos a ser percorrido, para encontrar novamente a conexão com a Mãe Terra.




Abençoadas/os sejam!




Karla






Fonte:


Magia Bruxa








☽✪☾ Nas Mãos da Lua ☽✪☾

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