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quarta-feira

TUDO NO FEMININO

 Bom dia Irmãs e Irmãos? Hoje preparei uma postagem especial, com excertos de alguns livros/revistas.Celebremos a Deusa.Ela está em ti, em mim, em todos nós.

A CONSCIÊNCIA DO FEMININO

Chegou a hora
(...)
"Buscamos movimentos de consciência. A energia feminina, portadora da magia e da intuição, concordou em abdicar dessas qualidades – energia feminina significando não apenas os seres fisicamente femininos, mas a consciência feminina.
O movimento patriarcal nos últimos cinco mil anos afastou-se completamente do processo do nascimento para poder dedicar-se ao desenvolvimento de armas e ao contínuo aniquilamento dos seres humanos.

As mulheres estão com um “nó na garganta” porque concordaram, há quatro ou cinco mil anos, manter silêncio acerca da magia e da intuição que representavam e conheciam como parte da chama gémea. A chama gémea consiste na energia masculina e feminina coexistindo num só corpo, quer seja ele fisicamente masculino ou feminino.
Durante este período de mudança, será necessário que as mulheres desatem o “nó da garganta” e se permitam falar. Chegou a hora.

BARBARA MARCINIAK,Mensageiros do Amanhecer
Ed. Ground, São Paulo, 1992



A EXPERIÊNCIA DA DEUSA EM CADA MULHER

"Servimos de parteiras às consciências umas das outras.”

"Devemos lembrar-nos como e quando cada uma de nós passou por uma experiência da Deusa, e se sentiu sarada e integral por causa desta. São momentos santos, sagrados, intemporais, embora por mais inefáveis que se possam revelar, sejam difíceis de reter em palavras. Mas, quando qualquer outra pessoa menciona uma experiência semelhante, isso pode evocar as sensações que voltam a captar a experiência; se bem que só aconteça se falarmos da nossa vivência pessoal. É por isso que necessitamos de palavras para os mistérios das mulheres, o que parece exigir que uma de cada vez explicite o que sabe - como tudo o mais que é de foro feminino. Servimos de parteiras às consciências umas das outras.” (...)

IN TRAVESSIA PARA AVALON
De Jean Shinoda Bolen

EM MEMÓRIA DE ELÊUSIS 

Queria tanto ó minha Mãe que neste mundo houvesse
um lugar de peregrinação e culto
que não tivesse sido profanado pelos homens...
Onde pudesse pedir ajuda e rezar
A Grande Mãe da antiguidade,

Ela a Grande Deusa venerada pelos nossos ancestrais,
escondida em grutas e cavernas à espera do novo mundo,
perseguida pelos cristãos, misóginos judeus,
os fariseus, denegrida pelos padres ao longo de séculos,
e por eles oculta da sua eterna glória...

Ela, aquela que é tão bela...

Cibele, Istar, Inana, Atargatis,
Labbatu, Kali e Anaht...
A Wicca e a eterna sacerdotisa,
A Senhora de todos os nomes, de todos os tempos
A essência da Mulher separada em duas
Na virgem e na prostituta,
Maria a mãe dos homens e a amante proscrita
Maria de Magdala, Sacerdotisa da Deusa...

Mas virá o tempo e Ela será uma só,
A Deusa Primeira, indivisível:
Isis sem Véu.

in "Antes do Verbo era o Útero"
Rosa Leonor Pedro


A UNIÃO DOS PRINCÍPIOS, FEMININO E MASCULINO

"Inventemos, escreve Pessoa, um Imperialismo Andrógino reunindo as qualidades masculinas e femininas; um imperialismo alimentado de todas as subtilezas femininas e de todas as forças de estruração masculinas. Realizemos Apolo espiritualmente. Não uma fusão do cristianismo e do paganismo, mas uma evasão do cristianismo, uma simples e estrita transcendência do paganismo, uma reconstrução transcendental do espírito pagão."

Fernando Pessoa

"Mas o significado real da iniciação é que este mundo visível em que vivemos é um símbolo e uma sombra, que esta vida que conhecemos através dos sentidos é uma morte e um sono, ou, por outras palavras, que o que vemos é uma ilusão. A iniciação é o dissipar - um dissipar gradual e parcial - dessa ilusão" [F.P., in FP e a Filosofia Hermética, org. de Yvette Centeno]


AS MULHERES TAMBÉM SÃO GENTE...

Sempre que escrevo ou transcrevo um texto em que aparece a expressão “O Homem”, no sentido da humanidade, em que obviamente as mulheres são aglutinadas ao termo, adopto a expressão mais abrangente e a meu ver mais correcta de “Ser humano”. Faz-me alguma confusão estar a ler certas autoras e vê-las persistentemente falar no masculino (mesmo até quando só falam de mulheres) podendo sempre recorrer a esta expressão já que não iríamos dizer “A Mulher” incluindo os homens pois pareceria imediatamente caricato e depreciativo...No entanto nós somos a metade(submetida e explorada)da Humanidade.
Se adoptarmos a expressão de “Ser Humano”, em vez de “o homem” sobretudo nós mulheres, as ignoradas pela semântica, poderemos estar de forma muito subtil, mas efectiva a transformar a linguagem que é à partida só dos homens.

Como sabemos, podemos estar várias mulheres adultas juntas a falar, mas se houver um rapazinho no meio, somos obrigadas a vergar o verbo à sua supremacia linguistica e isso eu não consigo aceitar...
Teremos efectivamente de recorrer ao sentido neutro da expressão ao referirmo-nos aos dois sexos, por exemplo, podemos dizer, além de Ser Humano, a Pessoa Humana ou a Criatura humana...ou a gente, embora não seja muito correcto, mas todos/as somos gente, pessoas, seres humanos e em suma, criaturas de Deus, partes de um/a deus/a maior, o nosso próprio ser completo!

Invente-se pois ou crie-se um termo mais abrangente e justo que englobe os dois sexos!
Assim como somos todos/as filhos/as da Grande Mãe Terra e do Pai Céu. Tal como no Princípio, Deus/a nos criou homem-mulher.

R.Leonor Pedro

A DUALIDADE HUMANA E A DIVISÃO DOS DOIS PRINCÍPIOS

"Dessa dualidade - Deus pai ou Deusa mãe - vai nascer uma dupla visão da Deusa dos tempos primordiais: Virgem prudente ou Virgem louca? A questão parece banal, mas ela compromete todos os séculos que irão seguir-se, não apenas no plano puramente estético, mas naquele muito mais carregado de consequências, da especulação religiosa. (...)

Isto denota uma considerável evolução das mentalidades: tudo se passa como se tivesse querido, conscientemente ou não, eliminar a imagem de uma mulher divina forte em proveito de um homem divino todo poderoso, cuja relação com a mulher se limitaria a uma relação filho-mãe. "(...)

in A GRANDE DEUSA - Jean Markale


O FEMININO RESGATADO OU A POESIA NO COTIDIANO

A dimensão poética do feminino, que dá sentido à vida, não é exclusividade da mulher: ela faz parte da evolução de todo ser humano.

O que falta ao nosso mundo é a conexão anímica. A afirmação, de Carl Gustav Jung, poderia ser complementada por outra, de Roger Garaudy: Viver, antes de mais nada, é participar do fluxo e da pulsação orgânica do mundo.

A conexão anímica citada por Jung e a qualidade de vida proposta por Garaudy estão estreitamente vinculadas ao que chamamos de feminino no ser humano: um potencial interno a ser trabalhado tanto no homem como na mulher, feito de valores hoje considerados supérfluos, superficiais, pouco utéis para a luta pela sobrevivência básica e por isso relegados a um segundo plano.

Entre esses valores estão a estética, a intuição, a poesia, o raciocínio e o pensamento não lineares, os sentimentos, a sincronicidade, os sonhos... Abrir-se para o feminino, portanto, é entrar em um mundo de mistério e encantamento uma vivência poética que dá cor, entusiasmo e significado à vida. De acordo com Erich Neumann, um dos seguidores de Jung, a civilização ocidental vive uma crise motivada pelo excesso de valorização do masculino, representado pelo arquétipo do Pai, que leva à inflação espiritual do ego.
O reequilíbrio pode ser obtido aproximando-nos do inconsciente, representado pelo feminino, não só através do arquétipo da Grande Mãe, mas de todas as qualidades simbólicas do feminino pertinentes aos vários ciclos evolutivos da consciência.
Outro grande perigo da atualidade citado por Neumann é a desvalorização das forças transpessoais. Tudo o que não pode ser compreendido e analisado pelo ego não é encarado com respeito, mas simplesmente reduzido, como algo sem importância ou ilusório. Anulado, reprimido ou ignorado, o mistério perde sua força.

Assim, o universo perde seu caráter assustador, mas, sem o mistério sagrado que transcende o ego, a vida torna-se mecânica e sem sentido.
A vivência do feminino não torna menos árdua a luta pelos objetivos e metas propostas pelo mundo atual. Mas pode transformá-la em uma aventura corajosa e criativa, com surpresas agradáveis, mesmo através das dificuldades.
Pela sua própria condição biológica, a mulher está naturalmente mais próxima do feminino.
Ao contrário do que se poderia pensar, essa proximidade às vezes dificulta o desenvolvimento desse potencial, porque o coloca muito próximo de um nível de atuação inconsciente. Tanto quanto o homem, a mulher deve se esforçar conscientemente para diferenciar e desenvolver os valores pertencentes ao feminino.
O potencial feminino passa por um desenvolvimento simbólico ao longo da vida. Para estudar melhor as possibilidades que se abrem em cada fase evolutiva, vamos nos reportar ao referencial que propõe o analista junguiano Carlos Byington: fase matriarcal, patriarcal, de alteridade e cósmica.

Fase 1 matriarcal Aqui, o feminino encontra-se em seu próprio elemento, pois o arquétipo dominante é o da Grande Mãe.
Devemos observar, porém, que além das valores conhecidos, pertinentes ao aspecto maternal do símbolo, há outras características do feminino igualmente importantes.
Neste estágio psíquico, a consciência não se encontra ainda completamente destacada do inconsciente; é permeada pelo seu fluxo, tornando-se difusa e periódica.

Essa condição favorece muito a inspiração criativa, a intuição, qualidades que emergem de modo misterioso, não influenciáveis pela vontade do ego. Convém lembrar que o inconsciente é que é criativo, não o consciente. Portanto, maior abertura e proximidade do inconsciente favorecem a expressão criativa, em todos os níveis, seja ela artística, científica, ou uma busca de novas atitudes.
Outra qualidade do feminino à disposição de homens e mulheres é a consciência do tempo lunar, que enfatiza a qualidade, e não a quantidade de tempo.
Com o desenvolvimento desse potencial, podemos abrir-nos para a apreciação do momento mais favorável à execução de determinadas açõees ou objetivos. O tempo solar seria o pólo masculino, o que enfatiza a pontualidade e a exatidão da ordem cronológica temporal.

A compreensão relacionada com o feminino não se dá por um ato do intelecto. É o coração, e não a cabeça a sede da consciência matriarcal. No entanto, como as percepções estão conectadas com o ego, não podem ser consideradas inconscientes. A compreensão acontece por uma abertura afetiva a um novo conteúdo que, assimilado pela totalidade da pessoa, provoca uma alteração global e não apenas intelectual da personalidade. O feminino, com seu caráter restaurador (pois enfatiza a quietude, a tranqüilidade, o mistério), está ligado às qualidades noturnas. A força regeneradora do inconsciente atua em segredo e permite que nos aproximemos dessa dimensão, às vezes assustadora, da escuridão, através da suavidade da feminino. Para desabrochar com segurança, o crescimento, a regeneração, a transformação, precisam das qualidades femininas do silêncio, da paciência, da receptividade.
Outra qualidade importante é a ação pela entrega, pelo deixar acontecer, a ação pela não-ação dos orientais, o aprendizado do acolhimento, não só na maternidade biológica, mas no carregar e deixar amadurecer uma nova cognição, uma nova atitude.
Para a mulher, o maior perigo nessa fase é justamente atuar o feminino apenas no plano externo, concreto, projetando-o na maternidade biológica. Quando isso acontece, o feminino não se desenvolve no plano interno, simbolicamente, e então ocorre urna grande perda para a personalidade, em termos existenciais.

Para o homem, o feminino será realizado, necessariamente, como evento psíquico e não físico. E ele também tem que se defrontar com um perigo intenso: a permanente desvalorização do feminino.

Como a consciência deve se desligar do inconsciente e seguir para a fase patriarcal, tudo o que estiver ligado à fase matriarcal deverá ser momentaneamente desvalorizado para permitir o desligamento e a passagem à fase seguinte. No entanto, muitos homens (e mulheres também) permanecem fixados na desvalorização do feminino, encarando suas qualidades como algo negativo, a ser superado em definitivo, e não conseguem recuperar, em si mesmos, a força simbólica desse potencial.

Na fase matriarcal, o feminino desabrocha em sua plenitude para homens e mulheres e permanece durante toda a vida como fonte revitalizante de imensas possibilidades criativas e sensíveis, onde podemos nos nutrir para ampliar e enriquecer nossa essência humana.
(...) Continua

Vera Lúcia Paes de Almeida
Texto publicado na Revista THOT nº 58


Acordem Irmãs e Irmãos!Abençoadas/os e glorificadas/os sejam!


Karla


☽✪☾ Nas Mãos da Lua ☽✪☾

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